[Opinião] Skyrim - o GOTY que eu detestei
Quem
não conhece The Elders Scroll V: Skyrim, ou simplesmente Skyrim (ou
Rim do Céu, para os íntimos)? Fus-Roh-Dah, “I took a arrow on my
knee” e muitas outras expressões foram bastante citadas durante
seu ano de lançamento, 2011, e permanecem na cultura gamística
até agora. A recepção não poderia ser mais positiva: notas
altíssimas no Metacritic, reviews positivas em praticamente
todos os grandes sites e revistas voltadas a videogames e prêmios
seguidos de prêmios. Tudo ótimo. Tirando o detalhe de que eu não
gostei de Skyrim. Não engoli mesmo. Skyrim para mim foi o título
mais superestimado em que já pus as mãos.
Mas por
que esse mimimi? Explico: minha maior queixa é em relação ao
direcionamento que a equipe de desenvolvimento deu ao jogo. O jogo é
enorme, é gigantesco, é colossal. Há várias missões, vários
locais para descobrir, várias cidades… E só. O game é isso. Numa
ganância de mostrar que pode fazer mais (RPG ostentação, essa é
boa), a Bethesda entupiu o game de conteúdo, mas sem desenvolver
nada plenamente. Vejamos:
Lista enooorme de mesmices |
1)
Há uma infinidade de quests, mas poucas com um enredo
realmente interessante. 90% é “vá à dungeon x e pegue o item y”;
Inimigos interessantes... Seria uma pena se lutássemos com eles 188771090398 vezes |
2)
Há várias dungeons, mas quase não há variação entre
elas. Siga o caminho, mate uns inimigos chatos, resolva um puzzle sem
graça, pegue umas potions e um ou outro item bom (o resto já não
lhe serve muito);
CA-LA. A. BO-CA |
3)
Há vários personagens, mas poucos têm algum carisma e quase nenhum
marca o jogador. Isso inclui a aparência, todas genéricas e feitas
com o mesmo sistema de criação do seu personagem. Mesma coisa com
os companions – várias e várias opções de amiguinhos de todas
as classes para se aventurar com você, mas todos revelam ser apenas
máquinas de repetição de fala (Lydia e seu insuportável “I'm
sworn to carry your burdens” que o diga). Os diálogos são outro
problema: todos os bêbados de todas as cidades têm a mesma voz e
dizem a mesma linha, por exemplo, e isso se alastra para os demais NPCs;
4) O
mundo é enorme, mas chato de ser atravessado tanto devido ao terreno
montanhoso e de difícil locomoção quanto aos inimigos (nada como
trombar com um gigante, não é mesmo?). Até o tempo gasto indo de
um lugar ao outro é um incômodo (se você tem tempo para ficar
zanzando, parabéns, mas saiba que tempo é valioso para muita gente
e ele deve ser dedicado a coisas importantes. E não, querer jogos
que exijam que o jogador dedique horas e horas sem sentido tem NADA a
ver com ser um gamer de verdade ou não, cresça);
Para quando a fome bater |
5)
Você pode interagir com praticamente todos os objetos, mas essa
interação quase sempre é apenas pôr o item no inventário. E o
que você pode fazer com eles? Sei lá;
Essa sim seria uma forma interessante de lutar |
6)
Seu personagem pode lutar da forma que você quiser, seja com magias,
stealth, ou de qualquer outra maneira, mas o sistema de
combate é tão simplista que a repetição é inevitável – tudo
que você faz é apertar um botão para ver seu personagem dar um
ataque com pouca variação e sem nenhum impacto na física do
inimigo (tanto faz acertar a cabeça ou a perna). Inimigos que, por
sinal, agem da mesma forma, não exigindo nenhuma diferença de
estratégia. A única coisa que você deve ter em mente ao lutar é
ter potions suficientes, itens bons e, de vez em quando, usar o
cenário ao seu favor (leia isso como ir para algum lugar onde os
inimigos não te cerquem ou tacar fogo em algum material explosivo).
E é
isso, resumi Skyrim, um jogo que te mostra em apenas duas
horas tudo que ele tem para te oferecer. O que é uma pena, porque
ele tinha um potencial realmente enorme. O cuidado em dar cada
objeto ao jogador, de escrever textos em cada livro, de deixar algo à espera de quem joga a cada canto do mapa, de apresentar todo um
continente e deixar com que cada um se divirta da forma que quiser…
Não nego, o título tem seus (incríveis) méritos. Arrisco até
dizer que esse é um dos jogos que mais se aproximaram e aprofundaram
o conceito de um RPG, um role-playing game, verdadeiro. De fato, um
grande jogo. Mas dizer que ele é merecedor de toda essa aclamação?
Não, aí já é demais.
Pedro Melo
Boa review, cara XD
ResponderExcluirNunca joguei Skyrim, mas já vi gameplays e até me deu vontade de jogar, mas consigo ver porque não curtiu o game, realmente parece ser repetitivo apesar de ser gigantesco.
Gostei da crítica Pedro... Ainda pretendo conferir skyrim, mas acredito q as suas críticas,estão bem fundamentadas, videogame é isso mesmo, as vezes a gente ama o, jogo q todo mundo odeia e vice versa
ResponderExcluirEu acho Skyrim interessante para quem tem imaginação para moldar sua própria trajetória. Por exemplo, você pode decidir ser um Alquimista, focando nessa skill (acho que esse coisa tem outro nome, mas não lembro), usando itens no combate, realizando missões que se adequam ao que você imagina para seu personagem... Acho que assim, limitando a própria liberdade, o jogo fica melhor. Pena que não sou desses rsrs
ResponderExcluirAh, fora que os mods para PC ajudam muito na experiência. Coisa que não temos na Caixinha Redonda do Amor <3
ResponderExcluirEu entendo o que você quer dizer Pedro, quando o jogo é muuuuuito aberto, se vc não tem muito tempo pra jogar acaba se cansando, porque fica dividido entre as infinitas... Hoje em dia eu acho que não tenho mais paciência pra jogar jogos assim tão abertos!
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